É... parece que a crise bateu a porta nesse fashion Rio, não só bateu como adentrou a Marina da Glória sem nenhuma descrição. A temática do evento poderia até ser a Lapa, mas convenhamos que Minimalismo seria um título bem mais adequado.
O desfile de novos talentos para mim, sempre foi o mais esperado - acho que é porque sou cobra criada de concurso. São novas possibilidades e experiências, um frescor em paralelo a “velha guarda” que muitas vezes faz uma releitura dos desfiles europeus.
A marca Pure de BH, deu início aos desfiles do dia 16 com uma trilha sonora muito boa, e trazendo o tricô como base para sua coleção. O trio acertou nas modelagens inventivas e na composição dos looks. Para muitos fashionistas, o melhor desfile do moda Hype.
O bahiano Alexandre Guimarães apresentou uma coleção com um corte perfeito. Os Looks monocromáticos acentuaram a elegância da coleção que permeou entre os brancos, rosa pálidos e pretos. Aplausos para o hair que estava super criativo, como também para os lindos sapatos.
Já a marca carioca R Groove apostou em um inverno masculino mais divertido, tentando resgatar o estilo new rave que já vem trabalhando em suas últimas coleções. Apesar de trazer para a estação cores mais tristinhas, a micelanea de estampas resultaram em looks provocativos e desconcertantes. Adoro!
Os Max acessórios e os broches de Lego marcam toda a coleção. Ótima trilha sonora, como era esperado, já que na edição de verão surpreendeu a todos com Autoramas, banda do cenário alternativo carioca.
E essa crise de novo....
Bem que eu poderia ter ido para casa mais cedo no último dia de desfile, mas a curiosidade de conhecer o artesanato de Marcia Ganem me segurou no lugar. Desfile demorado para começar e terminar e a minha frente Regina Martelli quase morrendo de tédio. Olha que eu estava contando, foram 10 bocejadas até que o espetáculo começasse.
Espetáculo sim, já que os looks pareciam figurinos, sem quase nenhuma variação de shape. Usou-se praticamente a mesma base, a gaze de fibra Lyn, uma poliamida com toque de seda, variando apenas no tingimente, uma gama de tons terrosos. Quanta monotonia! E para a alegria de todos, quando pensamos que o fim estava próximo, entra uma "lagarta gigante". Pobres modelos tendo que balançar os bracinhos dentro daquela malha por mais de 3 minutos, tudo isso sem rir. Nesses casos performáticos o cachê deveria ser duplo. Muito teatro e pouca roupa.
O mais estranho é que sua inspiração foi no atual caos mundial, na crise e etc....Vai entender!!!
Por Emmanuelle Sales
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